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Foto do escritorFabio Ritter

Goleiros da História: Ídolo que inspira ídolo

*por Fábio Fernandes


Como todo goleiro do continente africano,Thomas Nkono só jogava de calças compridas.


Nascido no dia 20 de julho de 1956, a pouco menos de 200km da capital camaronesa Yaoundé, na pequena cidade de Dizangue, Nkono foi um dos maiores goleiros da África de todos os tempos.

Começou jogar futebol aos 15 anos. Mas foi em 1974 aos 18 que despontou na equipe da capital Canon Yaoundé. Ficou no clube por oito anos, sendo que em 1975 jogou uma temporada por outra equipe da capital. Tonnerre Yaoundé.

Em 1982 foi transferido para o Espanyol, clube de Barcelona na Espanha. Isso se deu devido a campanha da seleção camaronesa na Copa do Mundo em que Nkono foi titular e um dos destaques da equipe no torneio.


Foram três partidas e três empates, e a seleção de Camarões ficou na primeira fase do torneio, se igualando a Itália em número de pontos mas desclassificada em gols marcados.

Em 86 sua seleção não foi à Copa.

Mas em 1990 voltou ao mundial para fazer história.


Camarões fez o jogo de abertura contra a campeã Argentina. Venceu por 1 a 0. Depois derrotou a Romênia e perdeu para a Rússia, se classificando em primeiro do grupo. Nas oitavas venceu a Colômbia e chegou as quartas de finais contra a forte Inglaterra.

Num dos jogos mais emocionantes em mundiais, Camarões começou perdendo mas virou o jogo que permaneceu 2 a 1 até os 38 minutos do segundo tempo, quando Gary Lineker empatou de pênalti para os ingleses. Na prorrogação o mesmo Lineker e também de pênalti fez o gol que definiu a Inglaterra nas semifinais do torneio. Há quem diga até hoje que o time de Thomas Nkono jogou melhor e merecia ter passado de fase.

Se posicionava muito bem, saia do gol com maestria, atributos estes que eram especialidades somente dos europeus, continente onde existiam as melhores escolas de goleiro do mundo. Mas Nkono foi pioneiro e fez destes fundamentos os seus pontos fortes, tornando-se assim um dos melhores goleiros do mundo na época.

Era ágil, rápido, voava alto, mas com eficiência, sua colocação era vital para que não precisasse ir tão longe, evitando desgaste e lesões.

Além de seguro, Thomas passava uma frieza e tranquilidade fora do comum, principalmente se comparado aos colegas de posição de seu país e continente.

Em 1994, aos 38 anos, Nkono foi a Copa do Mundo nos EUA mas ficou no banco de reservas. O titular foi o também veterano Joseph-Antonie Bell que não agradou e abriu espaço para Jacques Songo’o.

Depois de oito anos na equipe de Barcelona, Nkono jogou em outras equipes espanholas de menor expressão: o Sabadell e o L’Hospitalet. Encerrou a carreira na América do Sul jogando pelo Bolivar de La Paz aos 40 anos de idade.



Com 1,83m, Nkono inspirou muitos goleiros em sua época. Um deles se chama Gianluigi Buffon que já declarou que na adolescência tinha o camaronês como ídolo. Prova esta é que seu primeiro filho leva o nome do mito africano. Louis Thomas.

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