*por Fábio Fernandes
Peter Boleslaw Schmeichel nasceu na Dinamarca no dia 18 de novembro de 1963 na cidade de Gladsaxe, próximo a Copenhague. Começou a jogar futebol muito cedo. Aos oito anos. Jogou em pequenas equipes da sua região, mas só se profissionalizou aos 18 anos no time que leva o nome de sua cidade. Aos 20 anos foi jogar no Hvidrove, pequena equipe da capital dinamarquesa. Mas só em 1987 aos 23 que despontou para o futebol quando foi transferido para o Brondby, clube de maior expressão no país.
Lá jogou por cinco temporadas, ganhando o campeonato nacional quatro vezes.
Em 1991, levou sua equipe a semifinal da Copa da Uefa contra a Roma. Empatou em casa e estava empatando na Itália quando sofreu um gol nos últimos minutos perdendo a vaga para a final.
Apesar da frustração, Peter teve motivos para comemorar. Foi contratado pelo Manchester United.
Foi o auge de sua carreira. Em oito anos, jogou quase 300 partidas pelos “Diabos Vermelhos”.
Conquistou todos os títulos possíveis, sendo a Liga dos Campeões da Uefa em 99, o mais importante de sua carreira, num jogo eletrizante e decidido nos acréscimos.
A final foi contra o Bayern de Munique que abriu o marcador na primeira etapa. No segundo tempo, a equipe alemã acertou duas bolas na trave. Já nos descontos, Schmeichel foi para área tentar algo. E no rebote de um escanteio venho o empate.
Novamente em um tiro de canto, os “diabos” fizeram 2 a 1. Tristeza sem fim para uns. Alegria sem tamanho para outros. Peter dava piruetas no gramado comemorando o segundo gol e consequentemente o título europeu.
No mesmo ano, alegando esgotamento físico pelo excesso de jogos, Schmeichel foi jogar no Sporting Lisboa. Depois de duas temporadas voltou para a Inglaterra, agora no Aston Villa. Jogou somente um ano e, prestes a completar 40 anos, encerrou a carreira no rival do United. O Manchester City.
Pela seleção dinamarquesa jogou 129 partidas, vencendo a Eurocopa de 1992.
Copa do mundo disputou só uma. A da França em 1998, caindo nas quartas de finais num jogo muito difícil em que o Brasil ganhou nos detalhes por 3 a 2.
Juntamente com os irmãos Brian e Michael Laudrup, é considerado um dos três maiores jogadores de futebol da história da Dinamarca.
Schmeichel era diferente. Suas luvas eram confeccionadas com a inicial de seu nome. Não só o nome grafado no punho como aqueles que são patrocinados, mas com um “S” grande no dorso, modelo exclusivo, único, como ele realmente era.
Com 1,93m de altura, Schmeichel possuía peso na casa dos três dígitos, demonstrando assim sua força física. Com isso, Peter tinha um poder de recuperação fora do comum. Era muito ágil, rápido. Explodia no lance, se desse rebote ia buscar a bola e não sossegava enquanto não agarrasse.
Sua vitalidade era nítida nos seus lançamentos com as mãos. A bola facilmente passava o meio de campo.
Nas bolas altas era soberano e parecia dobrar de tamanho quando saia do gol, principalmente no 1 contra 1.
Possui doze gols na carreira. Um pela seleção dinamarquesa. Mas o que chama a atenção é que sua consagração como “artilheiro”, é de gols, em sua maioria, de bolas cruzadas na área nos finais das partidas. O grandalhão quando se arriscava no ataque quase sempre fazia bonito.
Seu jeito explosivo não era só na técnica, comprava briga de seus colegas e impunha muito respeito, mas também bronqueava com seus companheiros se algo tivesse dado errado na marcação, principalmente se o lance exigisse bastante dele. Ele resolvia, mas esbravejava com todos.
Era bravo, mas brincalhão ao mesmo tempo. Extrovertido.
Foi eleito pela Federação Internacional de Histórias e Estatísticas do Futebol (IFFHS), o melhor goleiro do mundo em 92 e 93. Em outras duas oportunidades ficou em segundo. E por quatro vezes ficou entre os quatro.
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