Uma das lesões graves, porém mais comuns no mundo do futebol é o rompimento do ligamento cruzado do joelho. Seguidamente, vemos casos de jogadores com esse tipo de lesão tanto em nível profissional como amador.
Na meu círculo de amizades, estatisticamente, um amigo sofre a lesão por ano. Nos campeonatos profissionais, o número é muito maior, obviamente. Esta semana teve a coincidência de dois casos, aqui na Inglaterra: o do brasileiro Anderson, do Manchester United, e o do goleiro Petr Cech, do Chelsea.
O blogoleiro Gustavo Meirelles foi mais um dos sorteados com a lesão. Ele contou para nós sua rotina desde a lesão até o período recuperação.
Confira o relato abaixo:
Bom, o primeiro jogo do time foi no dia 23 de janeiro. Nesse jogo, então, eu saí da área para afastar uma bola que estava um tanto adiantada para o atacante adversário, porém, assim como eu, o jogador também fez o que pôde para alcançar a bola e acabamos nos colidindo e, mesmo eu usando todo o meu corpo contra o dele, ao espichar a perna para afastar a bola para a lateral acabei batendo o meu joelho direito contra a perna dele tendo uma torção. No momento exato ouvi dois “estalos” muito estranhos do joelho, descritos também pelo adversário posteriormente. Ví que o joelho fez uma rotação incomum e logo desabei com muita dor e sem sentir a perna direita, algo semelhante a uma anestesia. No atendimento no campo recebi água gelada, anti-inflamatório aerosol e gelo. Fui levado ao hospital logo em seguida, pois sabia q não tinha sido uma mera contusão.
Após Ressonância Magnética, ficou constatado a torção com ruptura completa do ligamento cruzado anterior. Como recém tinha começado o ano e ainda não estávamos em campeonato, ou seja, não tinha exagerada urgência, a minha cirurgia foi marcada para o último dia 19, período que coincidiu com as minhas férias na empresa onde trabalho.
A cirurgia ocorreu bem. Fiquei pouco mais de 24 horas internado. Na cirurgia foi retirado o ligamento rompido, afinal ele não possui mais função, era tecido morto, e colocado um pedaço do tendão da coxa direita preso com um pino de titânio e um parafuso degradável. Segundo o médico, o pedaço do tendão que substitui tem mais do que o dobro de força do que o ligamento original, ou seja, será mais provável eu romper o ligamento do joelho esquerdo do que romper este pedaço de tendão colocado no joelho direito.
Saí do hospital utilizando um imobilizador de toda a perna direita, conhecido como “brace”, e, claro, muletas canadenses. O meu dia a dia até o momento é de repouso, preferencialmente com a perna direita inclinada para cima, tomando anti-inflamatório. Na última terça-feira tive a consulta de revisão onde o médico me deu exercícios para fortalecer a musculatura e ir voltando a ter os mesmos movimentos de dobra do joelho. São séries de exercícios 3x ao dia, com uso de gelo após. O mais complicado é realmente tomar banho ou meramente ir ao banheiro mesmo. Assim devo seguir até a sexta-feira da outra semana, dia 5, quando, então, devo retirar os pontos e abandonar uma das muletas, iniciando um ciclo de fisioterapia, que deve incluir exercícios em piscina. Após, pretendo fazer reabilitação esportiva mesmo, ou seja, pretendo fazer o reforço muscular em uma academia aqui que tem programas voltados para atletas. Na prática, farei um reforço muscular na perna direita, pois a musculatura sofre uma espécie de atrofia, e farei exercícios que reproduzem os movimentos do goleiro em campo.
Fiquei muito assustado com toda essa história. Meus consolos foram os jogadores que descobri que já passaram por isso, como o goleiro Doni (Roma), ou que estão passando por isso, como o Lúcio e Souza (Grêmio), e, mais recentemente, o Anderson (Manchester). As pessoas próximas me questionam muito sobre eu voltar a jogar, o que deve acontecer daqui uns 5 meses, pois, como não é o futebol que me sustenta, esse susto já estaria de bom tamanho. Acho que o mais difícil não seria deixar de jogar, mas sim deixar uma paixão de lado que é a de ser goleiro. A minha pretenção para 2010 como goleiro era a criação de um novo time em minha cidade, criação esta da qual sou um dos idealizadores e seria um dos jogadores. Já temos um valor considerável de patrocínio, 14 jogadores confirmados… enfim, vamos ver no que dá. Por enquanto é ficar aqui “de molho”.
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