*por Fábio Fernandes
Polêmico, temperamental, não possuía um físico atlético, mas era um grande goleiro.
Estamos falando simplesmente de José Luis Félix Chilavert González, o Chilavert, que nasceu em 27 de julho de 1965 na cidade de Luque, próximo a Assunção no Paraguai.
Começou a jogar futebol no Sportivo Luqueño aos 17 anos e dois anos mais tarde foi para o tradicional Guarani, clube da capital.
Suas atuações chamaram a atenção de grandes times e no mesmo ano foi transferido para o San Lorenzo da Argentina. Ficou até 88 quando foi para a Espanha jogar no Real Zaragoza.
Depois de três temporadas na Europa, voltou para a América para defender as cores de outro clube argentino. O Vélez Sarsfield.
Foi neste período de 1991 a 2000 que José Luis Chilavert teve sua melhor fase na carreira. Era explosivo, provocador, tornou-se goleiro-artilheiro cobrando faltas e penalidades máximas, mas também era competente debaixo das traves. Sua fúria e garra pareciam expurgar qualquer perigo de sua área. Nestes anos conquistou títulos importantíssimos dentre eles quatro Campeonatos Argentinos, uma Libertadores da América e um Mundial Interclubes.
Em 2000 foi contratado pelo Strasbourg da França, com a missão de evitar o rebaixamento do clube. Não conseguiu, mas no ano seguinte ajudou a equipe a voltar para a elite do futebol francês.
Passou ainda pelo Peñarol do Uruguai e em 2004 retornou ao Vélez onde encerrou sua carreira.
Mas foi na seleção paraguaia que Chilavert obteve sua glória. Jogou as Copas de 98 e 2002.
A primeira com muito sucesso. Foi um dos responsáveis pela ótima campanha do Paraguai, se classificando em segundo no grupo D depois de empatar sem gols com a Bulgária e a Espanha e vencer a Nigéria por 3 a 1.
O time paraguaio ficou marcado pelo forte poder defensivo, com destaques para o próprio Chilavert e para o seu companheiro e zagueiro Gamarra que além de ter feito parte da seleção do torneio, terminou o mundial sem cometer nenhuma falta.
O Paraguai caiu nas oitavas de final sendo derrotado pela França aos 8 minutos do segundo tempo da prorrogação através da Morte Súbita. Sistema que figurou somente naquele mundial em que a equipe que fizesse o primeiro gol no tempo extra venceria a partida.
Foi um jogo épico que Chilavert jogou demais e todos diziam que o Paraguai merecia a vitória devido a bravura de seus jogadores.
Quatro anos depois Chilavert estava em mais um mundial, só que desta vez nitidamente fora de forma. Seu peso chamou a atenção da impressa mundial. Paraguai, sem o mesmo brilho
de 98, passou da fase de grupos, mas no primeiro jogo das oitavas enfrentou a Alemanha perdendo por 1 a 0.
Foi eleito o melhor goleiro do mundo em 1995, 1997 e 1998, de acordo com a Federação Internacional de Histórias e Estatísticas do Futebol (IFFHS), tendo ficado em terceiro lugar em outras duas oportunidades.
Chilavert possui 62 gols na carreira, ficando atrás somente de Rogério Ceni.
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