Um dos aprendizados que trouxe do Campus Soloporteros foi um conselho que o preparador de goleiros do Murcia, Tubo Fernandes, deu a mim em um dos treinamentos. Ele comentou que os goleiros brasileiros tinham fama de voar demais e sem necessidade. Assim me aconselhou a ficar de pé mais do que tentar uma ponte plástica. Talvez isso pudesse explicar o número pequeno de goleiros brasileiros na Europa, atualmente.
Ontem, pude presenciar ao vivo a atuação do pentacampeão Marcos diante do Grêmio. Separei dois lances dele que retratam bem esse possível defeito dos brasileiros. Aos 38 minutos do primeiro tempo o goleiro dá uma ponte no seu lado esquerdo em uma bola que vinha extremamente devagar podendo ser pega com as mãos de pé sem nenhum problema. Já aos 07 minutos do segundo tempo o goleiro não deixa de fazer uma boa defesa na cabeçada de Réver. Porém, ao invés de somente dar um tapa para escanteio ele voa novamente para fazer a defesa mais plástica.
Victor, aos 15 minutos do segundo tempo dá uma mostra do que parece ser considerado correto pelos europeus e espalma para escanteio com tranquilidade um chute forte no meio do gol, sem estardalhaço.
Não a toa esse mesmo treinador me disse que o último goleiro bom que fizemos foi Taffarel. A maneira simples do tetracampeão defender mostra o estilo desejado para os goleiros atuarem na Europa.
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