Foi assim coroada, ontem, a Escola Alemã de Goleiros. Além da seleção nacional levar o título, seu goleiro Manuel Neuer foi eleito o melhor da Copa.
Desde que criei o Guarda-Metas.com, há mais de 7 anos atrás, aprofundei ainda mais meus estudos sobre a posição de goleiro. Depois de ter jogado nas categorias de base do Grêmio, segui jogando como atleta amador. Além da busca constante pela informação, pelos métodos de trabalho ao redor do mundo, pude testemunhar em três Campus, dois na Espanha e um na Alemanha, o que os treinadores faziam lá fora. O realizado em 2010 na terra dos Tetracampeões do mundo pode me ensinar técnicas e detalhes nunca antes aprendidos aqui. Veja abaixo alguns dos treinamentos, principalmente a partir dos 0:40.
Esqueça a minha performance. Sou um goleiro amador e ponto. Ainda mais naquela época que somente estudava e não consegui treinar. Mas atenha-se a partir dos 40 segundos do vídeo. Ali recebi uma aula de detalhes de cada movimento executado em uma queda rasteira. Apesar de parecer algo básico, é um raio x do que um goleiro deve fazer em um movimento. Me chamou a atenção a preocupação detalhista do treinador em repetir o exercício até se fazer o movimento correto. Além disso, a explicação do porque se deveria fazer isso e porque eu ganharia em saltar de forma angulada. Uma aula de formação como deve ser.
Foi apenas uma amostra de uma escola preocupada com o detalhe. Além de oferecer uma estrutura física de alta qualidade, com campos e materiais de primeira linha, seus profissionais são preparados a formar o goleiro em sua plenitude.
Na Copa do Mundo, Neuer mostrou ser um goleiro completo. Além do tradicional evitador de gol, foi o primeiro jogador de ataque de seu time. Mostrou ao mundo uma nova forma de jogar no gol, com sprints mais rápidos que o do atacante Fred, por exemplo. Também foi muito forte emocionalmente, com a certeza de que nunca iria errar. Neuer mostrou que um novo tipo de goleiro vem se formando: mais físico, mais tático, mas sem esquecer do principal que é não deixar a bola cruzar o gol.
Tiramos diversas lições deste mundial. Goleiros mais baixos, como Navas e Ochoa, provaram que o que conta no final do dia é a performance em jogo. Mostraram que uma altura não tão elevada pode ser compensada pela qualidade técnica e força emocional. A Escola Alemã provou mais uma vez ser uma das referências. Inovou com seu estilo de jogar e mostrou que um goleiro contemporâneo se faz com velocidade, força, noção tática, mas também com a tradicional técnica e o forte equilíbrio emocional.
Referências daqui para frente. Mãos a obra Brasil para repensar nossa formação dos goleiros e aprender com o que está dando certo. Adaptando essas lições ao nosso cenário servirá para chegarmos em 2018 com um camisa 1 pronto para levar seu time a ser o melhor do mundo.
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