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  • Foto do escritorFabio Ritter

Goleiros da História: Goleiro (pé) frio

*por Fábio Fernandes


Ele deve ter sido trocado na maternidade por algum europeu. Falo isso não só pela qualidade técnica, mas também pela frieza, ou melhor, a geladeira que ele era em campo, semelhante aos goleiros do velho continente.

Estou falando de Carlos Roberto Gallo. Sim, ele mesmo, o goleiro Carlos.

Revelado pela Ponte Preta e com passagens pelo Corinthians, Atlético Mineiro, Palmeiras, Guarani, Portuguesa, Carlos teve passagem também pelo futebol Turco.

Acumula nada mais nada menos do que três Copas do Mundo (78, 82 e 86), sendo que a última foi titular absoluto sob o comando do técnico Telê Santana.

Era realmente de gelo. Não se abalava com nada. Sempre com expressão séria mas, muito calmo e tranquilo, comportamento estes que deixavam seus companheiros seguros de que no gol havia um dos grandes goleiros da história.

Carlos estava à frente de seus colegas de profissão. Se colocava muito bem. Com 1,88m (estatura excelente para um arqueiro e acima da média para a época), tinha um senso de posicionamento fora do comum. Era discreto, mas ao mesmo tempo elástico.

Mas, carregava um apelido muito árduo. O de pé-frio, tendo conquistado pouquíssimos títulos de expressão. Entre regionais e brasileiros, só o Paulista com o Corinthians em 1988.


Considero um atleta para se espelhar. Pois suas características eram marcantes e fundamentais para ser um bom goleiro. Além dessas qualidades, Carlos tinha uma que considero não menos importante para um número 1. A elegância. Não só na postura dentro e fora de campo, mas também na vestimenta. Lembro-me de um de seus uniformes na Ponte Preta que provavelmente inspirou muitos discípulos da minha geração. Camisa azul royal, calção preto e meias brancas. É ainda muito lembrado nas conversas de botequim, pelo gol sofrido na disputa de pênaltis na Copa de 1986.

Em uma delas, o francês Bruno Bellone foi para a cobrança e Carlos acertou o canto, mas a bola bateu na trave, e se não fosse a sua presença ali, ela teria voltado para o meio da área e o pênalti não teria sido convertido. Mas a bola o procurou e bateu em suas costas indo para o fundo das redes.

Fama ingrata, posição ingrata como dizem alguns. Mas é única, e este foi sem dúvida um dos grandes GOLEIROS DA HISTÓRIA.

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