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  • Foto do escritorFabio Ritter

Goleiros da História: Quanto mais envelhecido melhor

*por Fabio Fernades


Preud’Homme foi um goleiro belga que jogou até os 40 anos de idade. E poderia ter jogado mais. Michel Georges Jean Ghislain Preud’Homme, mais conhecido como Michel Preud’Homme ou simplesmente Preud’Homme, foi um craque debaixo das traves. Na frente delas também. Nasceu na Bélgica e começou no futebol com apenas 10 anos no Standard de Liège, equipe em que se profissionalizou e estreou em 1977, oportunidade que agarrou e não largou mais.

Foi bi-campeão belga nas temporadas de 81/82 e 82/83. Em 1986 se transferiu para o Malines, também da Bélgica, clube que permaneceu até 1994. Lá conquistou a Taça das taças. Em seguida foi para Portugal. Preud homme era decisivo. Nunca ficava no meio do caminho. Se fosse para sair do gol ele saia e decidia. Não era e não é um homem de meias palavras. Seu nome era Decisão, seu sobrenome Segurança.

Ele não conhecia o verbo desistir. Quando tomava a iniciativa, decidia. Se saísse do gol era pra ficar com a bola. Era muito arrojado e ao mesmo tempo tinha muita classe.

Disputou duas copas do mundo. 90 e 94. Foi soberbo nas duas. Parece que na segunda esteve ainda melhor, aos 35 anos. Sua atuação lhe garantiu o título de melhor goleiro do mundial e de melhor do mundo no mesmo ano.

Sua boa forma e atuações impecáveis chamaram a atenção do presidente do Benfica que o contratou de imediato.

Suas temporadas em Portugal foram memoráveis. Era impressionante a sua regularidade, sendo que sempre demonstrava a mesma segurança e mesma categoria dentro de campo.

Uma vez, assistindo um jogo do Benfica pelo campeonato português, ouvi do locutor impressionado: “Este goleiro parece que tem imãs nas luvas”. E parecia mesmo. Bolas aparentemente indefensáveis, ele ainda agarrava.

E voava. Como ele voava.


Dono de um reflexo apurado e de uma técnica fora do comum, Preud’Homme era persistente. Quando saia do gol e tomasse um drible, não desistia, corria atrás do atacante para tentar evitar o chute. Era persistente, mas não desesperado.

Em 94 na Copa do Mundo, teve atuações marcantes. Uma delas foi contra a Holanda. Suas defesas milagrosas garantiram a vitória por 1 a 0 e a passagem de sua seleção para as oitavas-de-final.

Não gosto de comparação, quem é melhor que quem, mas sem dúvida Preud’Homme foi um dos melhores goleiros que vi jogar.

Ele realmente era como vinho, com muita classe, elegância e quanto mais envelhece, melhor fica.

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