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Meu primeiro jogo na neve

Foto do escritor: Fabio RitterFabio Ritter

O dia de ontem amanheceu nublado como de costume em Liverpool. A quarta-feira marcava o retorno de meu time do MBA, no campeonato interno da Universide de Liverpool. Infelizmente, não estamos bem na competição. Pra não dizer que estamos realmente muito mal. Último colocado na liga. Mas o que importava era se divertir e jogar nossa bolinha.

Fui pro jogo e quando estava prestes a entrar no vestiário para me vestir, senti pequenos pingos no casaco. Olhei e vi que eram um pouco mais grossos que pingos de chuva. Era a neve começando. Pensei que seria passageira. Doce ilusão.

Ao caminho do vestiário para o campo (ele ficava do outro lado da rua) a neve começou a apertar, vinha com força no nosso rosto. A partir dali tentei fazer de tudo para me aquecer. Corri muito, articulei os braços pernas, depois fiz algumas quedas, chutes, cruzamentos. Tudo para começar bem a partida.

A partida começou e o frio começou a ficar mais intenso ainda. A neve cada vez mais forte. E me time… Bom meu time, novamente, estava em apuros. Era cruzamento atrás de cruzamento, lançamento, chute a gol. Em suma, em 15 minutos, com todos as intervenções e ainda tendo de lidar com um campo embarrado e com a neve, estava fadigado.

Parecia que a neve não me deixava respirar. A cada tiro de meta, tentava recuperar o folego e respirar bem fundo. Não dava. Era só cobrar para a bola voltar e nova jogada de perigo surgir. O esforço foi válido, mas insuficiente para impedir uma derrota de 3 a 0. No primeiro tempo.

Na volta para o segundo tempo, se a neve estava ruim, ficou pior ainda. O campo ficou branco, impraticável. Mas ali ainda se praticaram uns 30 minutos ao menos. Minha roupa ficava branca a todo momento que me descuidava. Então tinha que me chacoalhar, como os cachorros fazem.

As linhas de marcação já era impossível de ver. Aproveitei para cobrar uns tiros de meta mais a frente. Malandragem. Só não dava pra ser malandro com o frio. Doía de tanto frio. Doía também a cada queda no chão, pois o gelo que se acumulava ali já arranhava os joelhos como navalhas.

No final da partida, que já se encaminhava para o placar final de 5 a 1, em uma jogada 1 vs. 1, um lance bem inusitado. Esperei a conclusão do atacante e o chute acabou saindo bem fraco. Quando fui agarrar a bola ela escorregou da minha mão. Consegui pegar ela novamente. Foi aí que vi que ela estava totalmente coberta por gelo. Parecia um picolé. Impressionante. Impossível agarrar.

A partida terminou 5 a 1. O time continua mal, com sério risco de rebaixamento. De consolo, o prêmio de homem da partida, já que poderia realmente ter sido 10 a 1 não fosse algumas boas intervenções que fiz. Também a boa sensação de ter a primeira vez jogando na neve. Mas que seja a última. Horas mais tarde, senti dores em todas as articulações. Não sei se por causa do frio ou dos choques. Eram dores que não tinham explicação.

Quis trazer o relato pra vocês, pois certamente no Brasil não vivenciaremos uma situação destas. Ainda bem viu!

Abaixo a foto do campo após a partida.


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